Obra totalmente menor de Walsh ( roteiro complicado e confuso, orçamento insuficiente) e apesar disso indispensável à sua filmografia. É que a figura do Barba Negra, a partir de uma série de episódios confusos e sem grande interesse, se sobressai( sort) admiravelmente. Este monstro alegre e feroz, espécime de humanidade como que vinda de outro planeta, nunca foi tão bem descrito em sua vitalidade, sua truculência, sua amoralidade, sua desmesura. Criatura solitária, ele pertence a uma raça da qual ele seria, por assim dizer, o único representante. Possui todos os vícios e todos os apetites do homem, mas levados a uma dimensão sobre-humana que claramente fascina e entusiasma de alegria nosso cineasta. Walsh o pinta em uma atmosfera plástica refinada, que aparentemente não lhe custa nenhum esforço. Com apenas alguns elementos de cenário, um mastro, uma vela, um pedaço de céu, mas também com a beleza de Linda Darnell, ele desenha no movimento fugitivos tableaux de mestres dignos, por seu esplendor, dos grandes pintores espanhóis. Dicionário de filmes, Jacques Lourcelles Tradução: Luiz Soares Júnior.
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