quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sétima viagem de Sinbad, Nathan Jura 1958


Segundo de três filmes de Nathan Juran realizados com Ray Harryhausen (entre 20 Million Miles to Earth, 1957 e First Men in the Moon, 1964). Segundo filme de Harryhausen em cores. Junto com Jasão e os Argonautas, realizado cinco anos mais tarde, esse é o melhor êxito (meilleure réussite) do maior criador de efeitos especiais dos últimos trinta anos. Foi na sua época um filme único e que, em seu domínio, nunca foi ultrapassado. Um equilíbrio raramente atingido existe aqui, entre a invenção tão rica e, com frequência, plena do humor do cenário, uma memorável interpretação (Torin Thatcer e Kathryn Grant estão excelentes), a qualidade da cor e da música, a vivacidade visual extraordinária dos efeitos especiais e do emprego de técnicas de animação das mais sofisticadas. Assim, por exemplo, a miniaturização da princesa Parisa é sabiamente utilizada tanto sobre o plano visual quanto no dramático (Parisa libera os prisioneiros da jaula; ela desce na lâmpada). A atmosfera de um conto de «As Mil e Uma Noites» (conflito de mitologia grega!) convém perfeitamente a Harryhausen, mais à vontade no insólito e no maravilhoso que no horror. O duelo com o esqueleto é um primeiro esboço da célebre sequência de Jasão. Harryhausen guarda um carinho especial (cf. seu album «Film Fantasy Scrapbook», New York, 1972, onde ele comenta todos os seus filmes) pela serpente-dançarina com quatro braços em que o mágico Sokurah transforma o servo da princesa.

N.B. Ray Harryhausen ilustra novamente as aventuras de Sinbad em The Golden Voyage of Sinbad, filme inglês de Gondon Hessler, 1974 (com bons efeitos especiais) e em Sinbad and the Eye of the Tiger, outro filme inglês de Sam Wanamaker, 1977, muito mais decepcionante.

Jacques Lourcelles – Dicionário de Filmes.
Tradução: Matheus Cartaxo

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